segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Carnaval

"Não, não deste último carnaval. Mas não sei por que este me transportou para a minha infância e para as quartas-feiras de cinzas nas ruas mortas onde esvoaçavam despojos de serpentina e confete. Uma ou outra beata com um véu cobrindo a cabeça ia à igreja, atravessando a rua tão extremamente vazia que se segue ao carnaval. Até que viesse o outro ano. E quando a festa já ia se aproximando, como explicar a agitação que me tomava? Como se enfim o mundo se abrisse de botão que era em grande rosa escarlate. Como se as ruas e praças do Recife enfim explicassem para que tinham sido feitas. Como se vozes humanas enfim cantassem a capacidade de prazer que era secreta em mim. Carnaval era meu, meu.

....
E as máscaras? Eu tinha medo, mas era um medo vital e necessário porque vinha de encontro à minha mais profunda suspeita de que o rosto humano também fosse uma espécie de máscara. À porta do meu pé de escada, se um mascarado falava comigo, eu de súbito entrava no contato indispensável com o meu mundo interior, que não era feito só de duendes e príncipes encantados, mas de pessoas com o seu mistério. Até meu susto com os mascarados, pois, era essencial para mim..."

Clarice Lispector

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Amigos

"Onde quer que nos encontremos, são os nossos amigos que constituem o nosso mundo."
William James
"O sentido da minha existência passa pelo sorriso dos meus amigos, pelos seus olhares compreensivos que contemplam o meu, pelos seus abraços que criam o meu mundo e pela descoberta das diferentes formas de amor que se traduzem na dedicação, no empenho, na admiração, na lealdade e na cumplicidade..."
Ana Gonçalves (porque eles são tudo...)

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Porque um dia...

Porque um dia ousei PENSAR...
Pensar e repensar sobre as cordas encurraladas em si mesmas no horizonte.
Porque um dia ousei DESABAFAR...
Desabafar sobre capítulos que, na última página, ainda tinham reticências.
Porque um dia ousei DIZER...
Dizer que, dentro de mim, existe uma bomba-relógio que explode a cada emoção.
Porque um dia ousei SENTIR...
Sentir que a minha mão traz, constantemente, o mundo dentro dela.
Sentir que o meu corpo desfalece a qualquer momento, se a minha vontade findar num segundo morto.
Porque um dia ousei AMAR...
Amar de tantas maneiras que me perdi numa imensidão de gestos de amizade, amor e respeito.
Porque um dia ousei CONFESSAR...
Confessar que uma sensação de felicidade me abraça quando tenho ao meu lado os MELHORES AMIGOS DO MUNDO!

P.S: Dedico aos meus verdadeiros amigos este texto...as minhas "obras"...a minha essência e todos os seus vestígios!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

*EO* - Porque há dias assim...

O mundo, por vezes, torna-se muito pesado na minha consciência! Subitamente, sinto a dor a rasgar-me a pele morena. Caí. O chão transformou-se no meu maior alicerce, sendo ele o único que ainda consegue acalmar a velocidade dos sentimentos que assolam a minha memória. Com o olhar suspenso na direcção do chão de madeira, os meus longos cabelos deixam-se cair sobre o meu rosto redondo. Não há força. Não há querer. Não há ninguém. Só eu e o chão…
Lágrimas desaguam num rio de tristeza! O silêncio arranca a voz muda que o castanho do meu olhar liberta. As palavras deixam de fazer sentido quando não são ouvidas…pelo menos, ouvidas no seu verdadeiro significado. A estranheza conquista uma presença habitual e torna-se invasora nas memórias de quem nada tinha de estranho.

Pergunto-me onde andas…
Pergunto-me se algo morreu dentro de ti…
Pergunto-me porque é que já não sabes ler o meu olhar…
Pergunto-me porque é que, depois de fugires, voltaste pela metade…

Sabes, tenho saudades…
Saudades de quando ficava deslumbrada quando te via…saudades de quando me diziam que, ao ouvir o teu nome, uma chama se acendia nos meus olhos…eu respondia sempre que essa chama era o orgulho e a admiração que sentia por ti…saudades de quando eras próximo…tão próximo que, se a minha vida desmoronasse, sem dúvida serias o primeiro a quem pediria ajuda…saudades de quando dizias, sem vergonha nem receio do que os outros pensavam, o quanto eu era importante para ti…saudades de quando ainda tinhas vontade de me dizer, olhos nos olhos, “Adoro-te”…saudades de quando as mensagens não substituíam as palavras que me acolhiam a alma…saudades de quando ainda sabias ouvir, de modo sério, o que me “atormentava”…saudades de quando te preocupavas com as minhas lágrimas e não as banalizavas com sorrisos que, apesar de saber que são para me alegrar, de certa forma, me magoam porque me apercebo que não compreendes o impacto da dor que estou a sentir nos momentos em que estou triste…saudades de quando sabias ser um puto super divertido e, ao mesmo tempo, um rapaz que me sabia ouvir com atenção…saudades daquelas conversas que só nós os dois tínhamos e, que agora são esporádicas…saudades de quando não tinha que “medir” as palavras para descrever a amizade que sinto por ti…saudades de poder ser genuína quando estou contigo e de sentir genuidade nos teus actos…
Lembras-te disto?

Hoje (e tantos outros dias!!) tive saudades tuas e estive contigo. Não percebia o porquê das saudades…só percebi quando hoje me deixaste sozinha a pensar…descobri que sentia saudades da tua essência…do que um dia foste para mim! Como eu quero que estas saudades se tornem numa presença tão forte…tão forte que consiga queimar os passos do tempo.
Porque não regressas? Sinto uma falta descomunal deste alguém é tanto para mim…

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Curiosidades

1 - As músicas que refiro no livro são as músicas que estava a ouvir no momento em que estava a escrever aquela parte da história.

2 - Este romance demorou 2 meses a ser escrito.

3 - Esta história foi elaborada na praia durante o dia e, em casa durante a madrugada...no silêncio da escuridão.

4 - Nunca estive em Veneza, Londres ou Nova Iorque. As descrições existentes são fruto de pesquisas em livros e na Internet.

5 - À excepção do café "Quiet Company", os espaços mais importantes do romance como o hotel de Fiorenzo, a localização da Broadway, o Central Park, etc. são reais. Um dos meus objectivos é que, se o leitor tiver curiosidade em conhecer algum dos "cenários", o possa fazer, imaginando a história numa dimensão real e tridimensional como se de um filme se tratasse.

6 - A motivação que faltava para me lançar nesta aventura foi-me oferecida através do filme "The lake house" com Sandra Bullock e Keanu Reeves. Depois de sair da sala de cinema, a primeira frase que pronunciei foi "Eu vou criar um romance e, este romance vai transformar-se num livro". Sabia lá eu que este pensamento seria realidade passado uns meses...

7 - A capa do livro e o título do mesmo não foram escolhidos por mim. Ofereci essa decisão a duas pessoas essenciais da minha vida.

8 - Demorei, por volta, de 5 minutos a colocar o último ponto final. Pode ser estranho, eu sei...mas a sensação de realização foi tão grande que, por momentos, fui surpreendida por uma vontade inexplicável de tornar perpétua esta história nas minhas mãos!

9 - No dia do lançamento, quando as luzes ainda estavam apagadas e, ainda sozinha no palco, tive a certeza de que este livro é o primeiro de muitos e, não apenas o resultado de uma vontade temporária.

10 - Definitivamente, o dia 2 de Maio de 2008 foi o dia mais feliz da minha vida! Estava tudo perfeito...

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Cenários de "Ópera de Cristal" III

Nova Iorque - Millennium Broadway





Cenários de "Ópera de Cristal" II


Veneza - Praça de San Marco